Resenha do Filme: "Alemão"

7 de abril de 2014


Sinopse

Cinco políciais estão infiltrados no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, em uma operação secreta: elaborar o plano de invasão para a instalação das UPP's (Unidade de Polícia Pacificadora) na comunidade. Poucos dias antes da ocupação, a identidade dos agentes é descoberta pelo chefe do tráfico no Alemão, conhecido como Playboy. Em meio a tensão crescente de que a invasão ao Complexo acontecerá a qualquer momento, os tráficantes começam as buscas aos políciais, que estão infiltrados há meses na comunidade, vivendo entre eles. 

Elenco e Outras Informações

Gabriel Braga Nunes, Caio Blat, Marcello Melo jr, Milhem Cortaz, Otávio Muller, Antônio Fagundes, Cauã Reymond
Dirigido por José Eduardo Belmonte
109 minutos
Ação

Trailer




Resenha 

Devo começar dizendo que gostei bastente de Alemão. O filme se baseia na operação que aconteceu em 27 de novembro de 2010, quando a polícia invadiu o Morro do Alemão para instalação das UPP´s, e mistura cenas ficticias (gravadas) com imagens que foram ao ar nos telejornais do país e ilustram a verdadeira guerra que foi essa invasão. E eu simplismente fiquei vidrada na tela dos telejornais nessa época, pois são pautas assim que aguçam minha paixão por jornalismo. Portanto, eu não poderia deixar de assistir Alemão. 

O filme se desenvolve em plena favela do alemão, com os policiais disfarçados de moradores da comunidade apenas para entender como funciona a máfia. E um deles, interpretado por Otávio Muller é um dos que fica mais próximos dos traficantes para repassar as informações aos seus outros colegas. Imagine você o que ter que viver sobre duas personalidades: uma hora amigo dos traficantes e mais tarde, repassando tudo ao seus companheiros de profissão. Sem dúvida é uma situação muito tensa e todo esse clima de tensão foi muito bem passado para o filme. 

As primeiras imagens do filme me fizeram refletir sobre a condição e o crescimento das crianças que vivem não só no alemão mas também em outras favelas e comunidades dominadas pelo mundo do tráfico. As cenas de crianças correndo entre bandidos armados com metralhadoras me vez pensar que, para elas aquilo é tão normal que acabam almejando ser iguais àqueles que mandam e desmandam na comunidade, armados da cabeça aos pés e respeitados por todos. Sem contar as cenas em que crianças estão em suas casas e 3 ou 4 homens entram arrombando a porta de suas casas para procurar um traidor do tráfico. Imaginem vocês como seria viver vendo esses fatos se sucederem todos os dias? Chega uma hora que acostuma e só resta mesmo oferecer um café. 

Um ponto da história que também me chamou a atenção foi a relação conturbada do policial interpretado por Caio Blat com o seu pai, interpretado por Antônio Fagundes, que na trama, interpreta o chefe dos políciais que estão no Alemão, monitorando tudo de fora, no departamento de polícia. O personagem de Caio tem, em sua personalidade, rancor do pai por não apoiar sua profissão, o que desencadeia uma relação desgastada, onde o objetivo do personagem é fazer com que o pai sinta orgulho dele e assim, provar que é capaz. 

Outro ponto abordado pelo filme é o relacionamento de um dos integrantes do quinteto policial com a irmã de um dos traficantes. Obviamente, já dá para imaginar que ela vai ser usada como refém para fazer com que os políciais saiam de onde está escondido. Isso é até clichê, mas gostei desse tom na trama. 

A ambientação da favela também foi muito interessante, com um cenário tão bem montado que as vezes você se perde sobre o que é real e ficção. 

Vale lembrar que apesar de ser baseado em fatos reais, a obra deve ser considerada ficção. Apenas o pretexto em que a obra se desenvolve - invasão da polícia para instação das UPP´s - é real. 

Fica aqui minha recomendação para assistir a essa obra brasileira que muito me agradou. 





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